Quem ama desperta junto ao sol
Para fitar a vida nos olhos da aurora
Afoga em Apolo dores de outrora
Enquanto o crepúsculo longínquo acalma o arrebol
Quem ama dorme sobre o seio da noite
Cobrisse com o véu do luar,
Faz das estrelas vaga-lumes
E das pedras um leito pra repousar
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Poema
Tenho em meu armário
Amores diversos de diversos amores
Dores fingidas, inventadas muitas vezes
Por homens de minha tribo
Mas ainda sim lindas como os verbos que as rodeiam,
Alguns distantes como meus anseios
Outros tão “perto”,
Tão perto quanto os raios que queimam agora minha febre,
Tento por meio destes tantos me encontrar
Mesmo que seja por um instante sequer,
Tento entender tuas dores
Para talvez entender as minhas,
Compreender os teus amores
Para talvez então compreender os meus
Mesmo aqui, longe de todos eles
Posso ouvi-los claramente
Com uma eloquência comparada
Ao sopro divino de um “deus”,
Posso vê-los com toda volúpia
Libertando-nos, nos descrucificando para toda a “realidade”,
Com seus anseios torpes
Alimenta os corações
Abre-nos as portas
Traz-nos a vida como vida,
Enquanto nos ensina
Que toda paixão é sofrida
E todo amor deve ser amado
domingo, 1 de dezembro de 2013
Parte de ti
Quando parte
Parte de tua parte,
A minha também se parte
Vai como o leão que se soltou
O rouxinol que voou
Para onde outrora se olhou
A luz do farol agora guia
Na cidade que nunca é fria
A raiz que junto a ti sobre montes via
Nuvens de mil faces a voar
Sonhos mútuos a sonhar
Sobre teu peito este amor sempre vai morar
Esta dor pode nunca lhe deixar
Mas sei que teu amor será eterno a amar
Segure teu sorriso jasmim,
Se for preciso solte seus olhos para mim
O pranto é o ponto e não o fim
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Diga
Diga-me se é pecado comparar todo amor ao teu,
Ou se sou eu este ridículo pecado
Este meu desejo está sempre a desejar
Que toda Madonna rasgue meu peito
E plante sobre meu leito
A loucura mais sóbria de meus olhos
Do mesmo modo que tens feito
Ao dar-me tuas costas pra beijar
Noite após noite...
Diga-me também
Se entre os dias haverá um dia
Que me desprenderei de teus beijos de abraço
Para enfim render-me ao colo de qualquer espaço...
Mesmo ele tão vazio quanto a lacuna de meu peito
Não quero a dor por clemência
De um anjo que desde a minha inocência
Tenta lança-me no abismo do delírio da pobre crença
Se há quem fleche o peito
Também há quem possa amar
Se há quem fleche o peito
Também há quem está flecha do meu peito possa tirar
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Lágrimas
Se alguma hora sob meu sepulcro
A lágrima lhe visitar a face
Trague deste sal,
Pois a piedade é um maldito animal
E não quero deste sangue sobre mim
Não há em mim o que mereça do teu pranto
Da cabeça aos pés não há encanto
Não possuo nada que valha o teu pesar
Meu ilusório amor
Também não se ponha a rezar
O inferno é lar de sábios surdos
Que em vida ao amor não souberam escutar
sábado, 9 de novembro de 2013
Amor consanguíneo
Para a volúpia de minha dama branca levei a tua face
Amargo aroma da paixão em coma
Que da morte nasce e nos “acelera” o viver
Muitas vezes para o teu canto tapei meus ouvidos
Agora o teu perdão lhe peço aos gritos,
Tu és razão no meu consciente
Queimando a bandeira do oriente
Pondo-me novamente sobre as águas a caminhar
Deixe-me,
Deixe-me novamente lhe amar
Amor consanguíneo de meu pesar pelo teu ser
Amor consanguíneo de meu pesar pelo teu viver
Dos mortos me tirou quando o teu senhor a vida quis me levar
Deu-me ombros para me apoiar
Sonhos para sonhar
Deu-me o excesso como base para o meu pensar
Tua vida será eterna sobre a minha
Será meu rei e minha rainha
Pois contigo sei a “queda” nunca ira me encontrar
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
tristezas de meu coração
Já chorei todas as tristezas de meu coração,
E não há espaço que estas lágrimas não correram
Sepultei-me mil vezes
E em todas essas vezes
Acabei a despertar com a face nula
No cerne de minha moribunda “ilusão”
Há um par de olhos cegos que me fita
Há uma voz muda que me grita
Há um anseio torpe de minh’alma
Lançando-me para Deus sabe onde
A dor é uma das sombras de meu cansaço
E assim como a lava sobre o aço
Ao poucos enfim serei apenas “um”
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
A cereja e o touro
A distância agora é fria
E o touro do teu cosmo não se move
Não canta mais aos montes
Nem bebi mais destas fontes
Mas porque ó vento?
Porque deixou de soprar?
Em teu mundo á uma cereja que ainda se comove,
É o tempo que lhe ocupa o próprio tempo
É este mal tempo que tudo lhe devolve
A maldição é uma sina nas trilhas dos passos
Mas assim como os laços pode se moldar
Já se foram as notas salgadas
Mas as pessoas “amadas”
Encontram-se ainda sobre o mesmo lugar
Ontem, hoje e sempre como diz o ditado
E nem mesmo o pedido de um santo enlatado
Ira mudar
A canção ainda ecoa na mente
Do trovador descrente
Que só quer sobre a margem do teu doce ouvido
Novamente a vida escutar
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Noite festa e fantasia
Foi ontem à noite que não sorri
Quero esquecer o que não me lembro
Sem ter que dormir
Quero também me desculpar pela magia
Pela noite, festa e fantasia
Que meu personagem não soube compartilhar,
Absolver-me por pensar
Pois o lar dos monstros é meu lar,
Desculpar-me, pois amistosos consanguíneos me transformam,
Desculpar-me, pois os venenos da taça me deformam,
Desculpar-me, pois a desculpa cansa.
Que se vá
O anseio se perdeu em seus primeiros passos
Desataram-se os laços antes mesmo de eu ver,
Afogar-me-ei em meu pranto
Para o inferno todo encanto
E que os anjos morram de fome
Se dependerem de meu alimento
Quero de volta minha penumbra
E que se cale voz diurna
Pois aqui não é mais o teu lugar,
Também quero que se feche sobre o eco do teu silencio
Que se apague com a luz do teu limbo
Que se vá como um lobo para não mais voltar
Bel-prazer
Os cães emudeceram,
As correntes dissolveram,
O fado é a inexistência,
O bel-prazer é o ponto
E o ponto corre livre no sopro da fabula
Não presume mais, agora só fala
Mas ainda tem na clemência uma carência
Uma lembrança daquilo que partiu
Sem ao menos agradar o luar
Mas quando se olha as ondas do pranto
Certas vezes vê se o oriente no canto,
Na fogueira das letras falsas,
Ao som de um anseio fúnebre,
A beira da fenda de tua extinção
As correntes dissolveram,
O fado é a inexistência,
O bel-prazer é o ponto
E o ponto corre livre no sopro da fabula
Não presume mais, agora só fala
Mas ainda tem na clemência uma carência
Uma lembrança daquilo que partiu
Sem ao menos agradar o luar
Mas quando se olha as ondas do pranto
Certas vezes vê se o oriente no canto,
Na fogueira das letras falsas,
Ao som de um anseio fúnebre,
A beira da fenda de tua extinção
sábado, 19 de outubro de 2013
Dançam as borboletas
Dançam as borboletas com a suavidade do leão
Os dentes navegam como sempre
Por entre as ondas que nos transbordam o peito
Vai levando tudo no mais fino dos teus fios
Com uma historia tão curta como o nosso agora
E nesta hora tudo brilha lá fora
Reluz nas ondas do astro
E os “pequenos” são conduzidos pelo que já me é “velho”
No oitavo andar o trovador guarda tudo na ultima gaveta
Para um dia sobre os trovoes libertar os teus sonhos
Não se cala (a voar)
Guarda meu pranto no recanto
Que de ti não se separa
A voz sobre o eco não se cala
E o que fala? Oh, somente a “alma” pode saber
Não me desperto pelo astro
Mas pelo teu vasto moinho,
E o caminho é na alvorada o teu “bom dia”
Oh, como é triste o “dia” quando ainda estas a me alcançar
Nossas “batalhas” seriam falhas ou saudade?
Pois carrego uma “mocidade” semelhante a tua
A cada “tapa” o sorriso escala minha face
E se os elementos falassem?Oh, creio que diriam:
É o gênio do coração a degelar a “emoção”
Frágil como um dente de leão a voar
A voar...
domingo, 6 de outubro de 2013
O ponto
Este êxtase se que esconde no secreto dos teus olhos
Uma nódoa segredo
Uma marca da imensidão no cerne da alma
Um laivo de mistérios
Reflexo de uma vidraça derradeira
De uma mocidade mulher e guerreira
Semente de gaia semeada no mar
Não tenha raiva ou vergonha
Deste ponto arcano
Ele não é uma maldição ou um ser tirano
Pois tudo acima do meio é puro
Bendita seja a perfeição em tua forma perfeita
Bendita seja a tua forma
A dor de outrora
A dor que outrora lhe cortava os pulsos
Agora é um arco-íris que lhe colori a face
Teus sonhos e vontades retornam,
Beijando a tuas mãos,
Fato é que nunca se foram
Apenas adormeceram sobre o teu coração
Tuas lagrimas agora possuem força e coragem
Não existe mais sofrimento,
No lugar agora a um o canto que move nações
Tu és agora uma chave para o cadeado dos corações
Tu és...
Nem mesmo a beleza e a essência de tudo que és infinito
Possui tal grandeza quanto o teu ser
Tu és a maior das maravilhas
É a filha de todas as filhas
Tu és a união de toda perfeição
Uma estrela sobre a terra a viver
Quando
Quando todas as "coisas boas" tomarem tua verdadeira forma veremos que gostamos, nos maravilhamos apenas com a desgraça
Quando paramos de criar devaneios e acordarmos para o "mundo real"
veremos que tudo é mal, temos prazer pela dor, pela maldade,o
verdadeiro motivo de nos "transformarmos" é a dor, o verdadeiro motivo
de fazermos o que fazemos é a maldade.
Oh o "amor" o que dizer deste
ditador egoísta que é, um imperador de sonhos e ilusões, queremos
"algo" e nunca o "alguém", este é apenas uma anedota, uma divindade
As "sombras" e os "ombros" também possuem parte nisto, estas duas peças
são se não uma porta para a cobiça, uma porta para tudo...tudo que nos
destrói
uma catapulta que nos lança, mas para onde? cada um tem a tua sina, cada um tem o teu lugar
sábado, 28 de setembro de 2013
Credor
Seria eu credor ou credor de um amor ágape?
O coração já correu o corpo inteiro
Agora para tremê-lo sobre as mãos cansadas,
Fiz da fadiga minhas vestes,
Mas creio que antes de perecer
Antes mesmo do veneno de Julieta tomar meu ser
Provarei deste amor divino,
Amor que me recuso a entregar aos deuses
Blasfêmia?Podes chamar do que quiseres
Mas a um deus não será entregue
Entregarei aos olhos de sol que se acham amaldiçoados
Entregarei aos olhos de lua que meus sonhos tornaram cortados
A qualquer flor com pétalas de pedra que desabrochar sobre o gelo
Amor est sola deitas!
O que seria?
O que seria a felicidade se não uma paixão
Uma dor suave e lenta, uma maré que nos transforma,
Uma esperança que nos devora
Pela felicidade entregamos nossas almas para os cães
Matamos e morremos,
Deixamos o mundo em qual vivemos
Pela simples necessidade do regozijo
Mas assim como o ar também nos enche o peito
Nos trás infindos devaneios,
A felicidade é uma madona sobre as rochas a cantar
Uma seria cantando em meio a todo este imenso mar
Somos eternos escravos de nós mesmos
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Vi na fronte o selo atroz
E os olhos que fitavam o toque manso
Agora fogem como um animal veloz
Não há toque na lembrança
Nem mesmo na poeira dos passos,
Ó este interminável nó dos teus laços
A chuva vai pouco a pouco trasbordando a memória
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
As cores
Nem Apolo poderia prever como “minhas lágrimas”
Iram desprender-se de meus olhos,
Por anos ficaram secos como o norte de meu país
E agora é um dilúvio a cada palpitar de meu seio
Minha mente se tornou inimiga de minha sobriedade
Tornou-se um labirinto de feras depressivas
Ora querem o ninho, ora procuram um osso,
Ora o seio da irmã trás a volúpia
Ora até mesmo a morte é um desgosto
A cada toque de tinta sobre o quadro branco
É uma pincelada a mais sobre o céu
Uma loucura em degrade, tanto de cores como de sentimentos.
Dança o azul com colar de perolas e anéis de amor e paz por todos os dedos, feliz como o mar refletindo a lua.
Esconde-se timidamente o preto sobre os cachos de tua mãe noite
Agora
é o branco quem nos ofusca com sua luz no centro do caminho, mas lá no
fundo se acha pobre de beleza e comum como teu irmão cinza
O amarelo trás a força da aurora e de teu pai o astro dos astros
O vermelho é um giz de cera e poder sobre o vago infinito
E neste carrossel nos pegamos novamente a dançar como o primeiro dos filhos
Pergunto-me se a fantasia é produto me meu cerne
Água e poeira, combinação ou cegueira?
Só sei que desta maravilha não quero nunca deixar de lembrar
Como eu haveria de amar se ampolas nunca precisassem virar...
O peso e sua voz
Este meu pulso agora é negro
E pulsa com o teu fardo
Pulsa rasgando as horas enquanto o bardo
Dança nas lembranças da noite
Soldado da voz oculta
Mariache das mãos cruas
Trovador de tantas luas
Valdevino da terra da luta
Após tantas horas
Coloco o pulso e o fardo a descansar
É tempo de novas histórias
Chegou o tempo de o teu pulso tomar o teu verdadeiro lugar
sábado, 14 de setembro de 2013
Anseios e dádivas
Bocejava a noite ao leve sono de nossas lágrimas
Desprendiam-se estrelas e os anseios foram minhas dádivas
O astro com teu sorriso cortado foi mister de nossa ligação
Pelo teu canto senti os teus lábios, teu aroma e tuas mãos
Por ti deixaria os devaneios e me punha a navegar
Por ti deixaria minha sina e viveria a lhe amar
Ouviria o canto das serias da odisseia
Seria eu “homem” a fitar os passos de uma vida “séria”
Porem meus devaneios despertam aos teus beijos
Beijos que em sonho sonhei beijar
Sonho, devaneio que nunca almejei largar,
A cada toque um suspiro
E minh’alma se tornava sorriso
As estrelas também foram nossa trilha
Enquanto a lua e suas filhas
Choravam ao nos fitar
Ainda hoje teu aroma me trás o palpitar,
Ainda hoje a febre torna a me queimar
Provei meu senhor do melhor da noite
Mas a este prazer não posso me algemar
Afrodite é livre e fonte infinda de amor
Mas serei eu amaldiçoado em dobro
Se não deixar meu amor amar
2
Esta tua “diferença”,
E na noite a eloquência
Ambas tão belas quanto às flores que lhe cobrem
Mel de gim que por ciúmes não quero que provem
Oh Eva por tua sombra tenho eterno deleite
Em tuas mãos quero ser o enfeite
Quero ser como sangue no caminho que te corta
Ser como o teu olho que vê o mundo sobre a “linha torta”
Rouxinol do mundo moderno
Ave de neve e algodão cujo canto é eterno
Anjos e deuses deitam sobre as nuvens para lhe ver
Os negros fios que lhe cobrem
São como devaneios para todos que dormem
São porções de tudo que não pode morrer
sábado, 7 de setembro de 2013
Poeta
Minha cabeça é um
interminável poema, não sei outra língua se não a divina das musas. Sou
poeta, só poeta, nada tenho e nada me deram, não me calo, o mundo ouvira
minha voz, ela ira alcançar o escuro céu e o claro inferno, soara meus
versos e meu nome, honrarei Alves, Assis, Pessoa, Barreto, Bocage, etc.
estes, eternos inquilinos de meu peito.
Da
saudade e da dor sou porta voz, extraio dos sonhos o melhor dos teus
aromas, do sorriso, dos olhos e da pele das rosas alheias me tornei
escravo. O sentimento é como a arte, e ambos são recebidos da forma como
são entregues, deve se viver intensamente, se entregar loucamente, para
assim poder ter sentir, sentir o sentimento verdadeiro, para então
assim ver por entre a porta.
Sinto
o mundo com a força das linhas de meu caderno, com a força da tinta que
desenha minha voz, tinta que desenha a beleza tal como é, meus olhos
são dois telescópios e só podem enxergar além.
O
pai me ignorou a arte e as palavras, olhos e abraços, lançou-me ao
vento, mas nem isso foi capaz de calar o meu dever, nada pôde e nada vai
me calar, antes a morte que a desonra. Nasci somente para sofrer e
sofro somente para amar. Nasci poeta e poeta morrerei.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Adeus
Não chores minha dama frondosa
Se souberes que morri,
Também não quero que rias
Pois saiba você, também não vivi
Fui eu ave errante
Semeador das infindas lágrimas,
Minha desgraça foi meu deus,
A terra, os céus e as águas
Prazeres, o que são?
Destes nunca vi a fronte
Nem mesmo aqui nos círculos da fonte
Prazeres, onde estais?
O ultimo suspiro se aproxima
Queria eu não ter a desgraça como sina
sábado, 31 de agosto de 2013
O coxo
O diabo coxo perdeu tua bengala
Lançou-se na fornalha
Mas teu espírito frio
O impediu de se queimar
A tristeza lhe negou lágrimas
O povo lhe devolveu dádivas
Não a mas nenhum ombro para se apoiar
A noite agora é só um dia sem luz
Nem o tesouro dos céus agora Reluz
Morcegos e corujas já podem caçar
Ao soar do sino da mente ilusória
Fecham-se as portas da escoria
Para enfim poder regressar
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Imaculado
Por que me fecha os olhos aurora?
De todas as horas escolheste logo agora
Maldita hora para me cegar
Não sei viver sobre o breu
Sonhar ou ser eu
Você é a trilha, a estrada
Aurora boreal desta vida apaixonada
Ó minha inspiração imaculada
Minha vida agora é nada
Sem os teus tornados para me guiar
Sou gêmeo sem par
Uma balança sem o que pesar
E como ahasverus, não posso me entregar
Queria ter eu uma luz como a tua
Poder ser estrela, ser bela como a lua
Mas nem mesmo aos braços da vida posso me apoiar
Sobre o meu leito todo o meu ouro
E você meu tesouro
Deixa-me pegadas dizendo
Já se foi tudo, pode fechar
Peço aos deuses somente piedade
E que mais tarde me doutrinem somente a amar
Letese
Despediu-se o bom dia
Levando em doses minha alegria
Deixou-me na mente o “nunca mais”
Banhou-se no letese
Rio afogado que tudo esquece
Fez do mensageiro a tragédia do “rapaz”
Nesta hora peregrina
Sem perguntar a um deus a sua sina
Mas com sorrisos pisa nos passos do “jamais”
Hoje não vejo minha face
Queria eu que o sangue não falasse
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Balanço de fogo
É satã quem me empurra
No balanço de chamas,
Ó loucura,
É tu a ofensa que já me foi amor
Nestas idas e vindas
Tive desdém do meu próprio reflexo
Tentei por varias vidas achar nexo
Mas nem mesmo a voz do céu acalma este senhor
Sou o que não sei
E todos sabem quem eu sou
Sou o que sei
E ninguém sabe quem eu sou
No balanço de chamas,
Ó loucura,
É tu a ofensa que já me foi amor
Nestas idas e vindas
Tive desdém do meu próprio reflexo
Tentei por varias vidas achar nexo
Mas nem mesmo a voz do céu acalma este senhor
Sou o que não sei
E todos sabem quem eu sou
Sou o que sei
E ninguém sabe quem eu sou
sábado, 10 de agosto de 2013
Os lordes da noite
Na taverna os lordes bradam, Rugem,
A volúpia parte das taças abarrotadas,
Brindemos a um deus Pã.
Do próprio sangue nos trás o ópio,
Do próprio nome nos trás o deleite
Brindemos a um deus Pã.
Insanidade, eloquência,
A fumaça densa trilha o áspero caminho,
Amargo vinho que nos rega
E para a morte o beijo não se nega
Boemia que nos tem de regresso,
Expresso que nos lança o regozijo
Como a bala de uma garrucha sobre o peito
Para assim cavalgarmos nas ondas no excesso
A volúpia parte das taças abarrotadas,
Brindemos a um deus Pã.
Do próprio sangue nos trás o ópio,
Do próprio nome nos trás o deleite
Brindemos a um deus Pã.
Insanidade, eloquência,
A fumaça densa trilha o áspero caminho,
Amargo vinho que nos rega
E para a morte o beijo não se nega
Boemia que nos tem de regresso,
Expresso que nos lança o regozijo
Como a bala de uma garrucha sobre o peito
Para assim cavalgarmos nas ondas no excesso
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Alvorada
A fera heroica “desperta”
E como um assassino que caça o sol,
Busca uma lança, uma corda qualquer...
Busca despertar
A penumbra do leito,
Uma meiga usurpadora sem respeito,
Transtorna o ser,
E assim como um besouro enjaulado,
Vai morrendo aos poucos,
Faz agora do chão o seu sepulcro
Enquanto aguarda o deleite...
O verdadeiro despertar
Excesso
Atiro-me ao abismo,
Dante me espera
Com seus olhos flamejantes de fera,
A sombra dos homens uiva
Como se não houvesse fim
O excesso é a base
terça-feira, 6 de agosto de 2013
All
Você foi embora e me deixou a carência,
Amarga ausência,
Deixou-me gotas de orvalho para regar a saudade
Adorável “gigante” da pequena maldade
O teu disco negro ilumina meu leito
Sacode anjos mancos e leigos em sentimento
E os ensina junto ao moribundo a arte de chorar
Arrasta-me pela penumbra de lugares alheios
Livrando-me de velhos guerreiros,
Tua pele da luz ao meu olhar
Mas hoje você retorna para tua sala
Lugar que para mim é uma imensa vala
Lugar onde não posso-lhe tocar
Inferno que lhe aprisiona
Queria eu poder te libertar
O que farei com minhas fichas?
E todas essas armadilhas? Já nem sei onde pisar
Quando você partiu levou meu chão,
Meu sustento,
Todos são estranhos, e não importa o momento,
Eu só quero lhe encontrar
quarta-feira, 31 de julho de 2013
17:30 18:00
O relógio do meu cerne possui agora sempre há mesma hora
Possui a eterna dor de quando você ia embora
Maldita hora que não pode voltar
Maldita hora que não quer passar
Hora que agora se levanta quando o sol desperta
Hora que não me liberta
Monopoliza-me com a monotonia do seu som,
Vazio estou por dentro como o vento que não pode soprar
Vazio estou por completo como Romeu sem ter o que amar
Agora o que me resta é lembrar
Lembrança que me faz palpitar
Ainda lembro-me de quando éramos como loki sobre a densa fumaça
De quando íamos fundo sem se importar com a desgraça
De tuas frases desfilando sobre as linhas,
De tua voz que de longe vinha, vinha e me fazia pensar
pensava no infinito e esquecia de chorar
Mas isto nem mesmo a distancia ou o “velho senhor” pode mudar
Não pode nem mesmo da historia apagar
Nossos risos ainda são como devem ser,
Risos mudos rindo de nossos próprios risos
Risos muitas vezes maiores que nossos próprios sorrisos
terça-feira, 23 de julho de 2013
As palavras
Tuas palavras não podem ser contadas ou medidas
São Infindas como as palavras que caço em meio ao espaço
Para lhe dizer quão grande tu és
Foi em meados de setembro quando lhe conheci
Nem a escuridão a volta me ofuscava a visão
Foi como ver através do teu coração
Um presente dos deuses, guardada como pérola, como jasmim.
O teu fardo de lágrimas não a impede de voar
Voa, voa de par em par
E ainda sobra tempo para se importar
Com quem nem mesmo a terra se importa,
Tu vais de porta em porta
Erguendo sorrisos as faces tortas,
E dando razões as almas que se achavam mortas
Tu és água para quem tem sede
É sol para quem tem frio
Vil são os que passam e não se lembram
Da grandeza dos teus olhos refletidos sobre os rios
Queria ser um ombro para ti
Como a oração é para os deuses,
Apagar a ultimas vozes que ouvi
Só pra te ouvir mais algumas tantas vezes
Tuas palavras são como nuvens,
E não importam de onde vem
Nunca trazem desdém
domingo, 21 de julho de 2013
Basta
Ave veloz, albatroz feroz
Asas flamejantes cortam o céu,
Penas douradas, frente a alvorada
Aceita o moribundo ser agora um menestrel
O perfume toma agora teu verdadeiro ama
A um passo de ter completo
Longe agora do velho deserto
Sobre a chaga a rosa desperta do coma
A taça se ergue em meio as trevas
Sem bolo, sem choro,
Sem a espada que alegrava o coro,
Mas ainda sim bebendo do veneno dos santos e das feras
Asas flamejantes cortam o céu,
Penas douradas, frente a alvorada
Aceita o moribundo ser agora um menestrel
O perfume toma agora teu verdadeiro ama
A um passo de ter completo
Longe agora do velho deserto
Sobre a chaga a rosa desperta do coma
A taça se ergue em meio as trevas
Sem bolo, sem choro,
Sem a espada que alegrava o coro,
Mas ainda sim bebendo do veneno dos santos e das feras
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Escudo em brasa
O cata-vento nunca falha
Mas tudo que é tudo se espalha,
Cão que quer ser lobo chora
Lágrima que quer ser chuva evapora
Pedem para eu abrir as nuvens e fechar o véu,
O que farei nestas noites sem te aurora?
Sem o teu doce mel
Querem beijar do teu beijo,
Assassinar o meu desejo,
Deixar-me enfermo, sem um céu pra me apoiar
Dizem serem irmãos, mas Tapam-me os olhos,
Roubam-me a chama dos frondosos,
Fogosos impiedosos,
Quero que cuspam minha carne e se engasguem com meus ossos
Podem apagar o meu nome da areia e das árvores
Amara-lo a toneladas e lança-lo aos mares
Mas ele sempre existira
Gaia e poseidon sempre iram lembrar
Poeta cuja vida (morte) foi somente a lhe amar
Amor maior que a mãe terra e o rei do mar
Nunca é cedo
Estripador do próprio reflexo e da própria alma
Verme suicida, solitário e sem carma,
Fugitivo da multidão que agora alarma
Multidão que ordena morte ao morto e não possui mais calma
Fracasso generalizado nestes “muitos eu”
Escalando sola-sola a rampa
Jogando a lagrima seca sobre a rampa
Destino merecido para u poeta fariseu
A pele inflama, e pelas areias não posso voltar,
A dor é tanta, mas somente a mesma irá me consolar,
Navegarei ao lado do embarcador engasgado com desculpas
E junto a enfermos carregarei pela eternidade o peso desta infinita culpa
O poeta e a morte
Dai-me a tua foice, pois é chegada a hora,
você há teve o tempo todo, agora me entregue vou-me embora,
tudo que fez foi apenas se arranhar
como diz o seu povo "a vida és bela”
agora vá, vá viver pra lá
mas porque choras poeta?
Se está vida é tão bela pode levar,
aproveitas e levas contigo
dois corações, o sol e o luar
leva também as cores para colorir o teu limbo
você há teve o tempo todo, agora me entregue vou-me embora,
tudo que fez foi apenas se arranhar
como diz o seu povo "a vida és bela”
agora vá, vá viver pra lá
mas porque choras poeta?
Se está vida é tão bela pode levar,
aproveitas e levas contigo
dois corações, o sol e o luar
leva também as cores para colorir o teu limbo
E se eu nascer de novo, por favor, me leve já de menino
Se o que queres é partir
Atenderei a tua vontade
Mas saiba que jamais veras novamente a tua cidade
E perdera o teu prazer de rir
“Viveras a ouvir” os gritos de “nunca mais”
Sentira todas as dores e muito mais
Cala-te agora mesmo
E leve-me sem mais demora,
O sofrimento e o poeta precisão ir agora
Abaixe tua cabeça e do teu pedido não se esqueça
E que no teu funeral nem chuva nem aurora apareça
sábado, 13 de julho de 2013
Hei de te honrar
Pedido de ajuda para a dama deixar de “beijar”
Peço-lhe desculpas por ainda sim escondido da fragrância enamorar
Irmã que crava batalhas e pedidos por mim
O cerne de meu coração chorar por mentir
Tu és sangue injetado em minhas veias
Anjo da guarda de noites alheias
Queria honrar minha promessa,
Queria secar minh’alma em chuvas como essa
Montado no cometa que me despedaça a cada “trago”
Matando eu, eu mesmo, a cada noite um novo estrago,
Em todas elas uma coisa em comum
Você presente diferente de qualquer um
Amigo, irmão, um dia irei lhe honrar,
E saiba que mesmo no limbo
Minha espada e se for preciso minha vida
Novamente hei de por te entregar
Primeiro grão
Ao primeiro grão gloria e muita festa
Se me lembro bem era uma tarde como está
Amava o amor de forma surreal
Mas como todos partem e nos partem
Partiu como um dente de leão, rugindo para sua terra natal
E como quem navega está sujeito a naufragar
Estive eu perdido ao novamente lhe ouvir cantar
Canto que enxuga meu pranto
Mas bem lá no canto quer me controlar
Bruxa, sereia, maldição
Além de levar minha carne ainda quer meu coração
Pode cantar por mil anos, sei que nunca mais irei lhe ouvir
A tua falta de coragem me fez querer partir
Agora voou livre,
E nem mesmo o teu quadro mudo me trás ilusão
Voou com o que restou de mim, para minha salvação
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Passaro imortal
Não nasceste para morrer oh pássaro imortal
A chaga que amola o teu peito és apenas um dos passos na estrada
tédio e inspiração,borboletas no estômago,cabeça e no segundo coração!!!
A chaga que amola o teu peito és apenas um dos passos na estrada
tédio e inspiração,borboletas no estômago,cabeça e no segundo coração!!!
domingo, 16 de junho de 2013
2
Para o
inferno as perguntas
Para os
céus as respostas
Nem a
espada que corta
Nem a boca
que crítica pode-me calar
(Antes a
morte que a desonra)
Guerra do
descobrimento.
Coletivo e
indivíduo
Conflito
quase infinito
Mas ao
termino, plenitude e esplendor demasiado
O sol sorri
para todos os lados
E mesmo
assim vive só e calado
E ao
contrário de narciso não pode se afogar
Por que
seguir mais vinte e outros anos
Carregando
o fardo da existência,
Se nem
mesmo ela há de existir
Menu
Poemas no
cardápio de um ser faminto e apaixonado
Arrastando-se
por entre os alimentos da multidão
Mas sempre
a dizer não ao ventre alheio
Esperando
sempre o velho arqueiro acertar
Esperando
essa tal flecha encantar,
Mas carregando
no peito um certo amor
Crescente como o sonho por uma estrela cadente
Que passa
por nós deixando um desejo a desejar
Desejo
febril, desejo febril
Que queima
a pele, que dispara o peito
Que leva o
teu leito para voar
Nuvens de
formas infinitas no negro céu
E na terra,
perfumes de rosas queridas
Cada qual
com seu nome e sua cor
1
Os cães ainda me perseguem como na infância
Sedentos por uma dose de decadência
Ela que exala de meu corpo
Saem da mesma forma que entram as incontáveis doses de desgraça
Desgraça que não me embriaga,
Desgraça que não tem mais graça
O meio do fim chega tão depressa
Mas não façam festa
Os doutores da eloquência não gritam mais na noite
Preferem agora permanecerem calados
Engasgados com o suor e com seu tédio diário
Queria pensar o contrário
Mas as tuas bocas não se calam
Mas eu?
Eu não corro este perigo
Um grande amigo que não me deixa calar,
Ora recitando, ora mordendo o próprio calcanhar
Mas nunca parado, nunca calado
Tenho o sol ao lado direito,
A lua ao lado esquerdo
E me recuso a pousar
Sedentos por uma dose de decadência
Ela que exala de meu corpo
Saem da mesma forma que entram as incontáveis doses de desgraça
Desgraça que não me embriaga,
Desgraça que não tem mais graça
O meio do fim chega tão depressa
Mas não façam festa
Os doutores da eloquência não gritam mais na noite
Preferem agora permanecerem calados
Engasgados com o suor e com seu tédio diário
Queria pensar o contrário
Mas as tuas bocas não se calam
Mas eu?
Eu não corro este perigo
Um grande amigo que não me deixa calar,
Ora recitando, ora mordendo o próprio calcanhar
Mas nunca parado, nunca calado
Tenho o sol ao lado direito,
A lua ao lado esquerdo
E me recuso a pousar
Meu Senhor
Humilhado,
fui eu ó meu senhor
Tratado
como bruxa
Queimado
em praça publica
Como manda
vosso dever
Sem ao
menos o direito de dizer
“eu não
fiz nada ó meu senhor!”
Rejeitado,
também fui ó meu senhor
Negado
pelas plantas, Pela
sombra de uma infanta
E até
mesmo as lágrimas despediram-se de mim
Junto à
lama me juntei
E aos
berros supliquei
“pare, por
Deus oh meu senhor”
Sobre este
chão ainda repousa meu sangue
Tão
vermelho quanto os olhos do demônio
Que por
seus “cinco minutos” de ira me teve em seus braços
Fato que
quase me levou
Pergunto-me,
porque ó meu senhor?
Ó, mas
para o consolo da alma, a tragédia é mãe,
Mãe de toda
a beleza, e um dia ai de me alegrar
domingo, 14 de abril de 2013
Umbral do coração
Frente para o umbral do coração está ela,
Radiante como a noite,
E assim como a noite,
Surge cada vez mais bela
E quando achando eu que este amor não poderia aumentar,
O vento traz de volta os devaneios que outrora perfumaram meu lar
Oh,se soubesses como palpita o coração,
(tanto o de dentro como o de fora),
Com a força do bater de asas de um beija flor,
E essa dor que me pega quando você parte,
Sempre cedo e nunca tarde...
Noites que sempre tardam a chegar,
Pois é somente nas noites,
Que vou deixando de pensar,
E vou deixando este sentimento que vai tomando conta,
Conta deste amor que nunca tende a se acabar
E quando a aurora veio nos visitar,
E as notas da outra rua tomaram forma e lugar,
Teus cachos repousavam em meus ombros,
Os mesmos ombros que sobre te estavam a se apoiar
E eu que sempre tenho o receio de lhe beijar,
Por não saber se á tempo ou se o momento vai aceitar,
Vou recitando a estas nuvens que possuem a tua forma,
De tal forma que elas choram rios,
Nos quais mergulho tentando lhe encontrar,
Afogado agora estou,
Morrendo a te amar.
Radiante como a noite,
E assim como a noite,
Surge cada vez mais bela
E quando achando eu que este amor não poderia aumentar,
O vento traz de volta os devaneios que outrora perfumaram meu lar
Oh,se soubesses como palpita o coração,
(tanto o de dentro como o de fora),
Com a força do bater de asas de um beija flor,
E essa dor que me pega quando você parte,
Sempre cedo e nunca tarde...
Noites que sempre tardam a chegar,
Pois é somente nas noites,
Que vou deixando de pensar,
E vou deixando este sentimento que vai tomando conta,
Conta deste amor que nunca tende a se acabar
E quando a aurora veio nos visitar,
E as notas da outra rua tomaram forma e lugar,
Teus cachos repousavam em meus ombros,
Os mesmos ombros que sobre te estavam a se apoiar
E eu que sempre tenho o receio de lhe beijar,
Por não saber se á tempo ou se o momento vai aceitar,
Vou recitando a estas nuvens que possuem a tua forma,
De tal forma que elas choram rios,
Nos quais mergulho tentando lhe encontrar,
Afogado agora estou,
Morrendo a te amar.
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