domingo, 16 de junho de 2013

1

Os cães ainda me perseguem como na infância
Sedentos por uma dose de decadência
Ela que exala de meu corpo
Saem da mesma forma que entram as incontáveis doses de desgraça
Desgraça que não me embriaga,
Desgraça que não tem mais graça

O meio do fim chega tão depressa
Mas não façam festa
Os doutores da eloquência não gritam mais na noite
Preferem agora permanecerem calados
Engasgados com o suor e com seu tédio diário
Queria pensar o contrário
Mas as tuas bocas não se calam

Mas eu?
Eu não corro este perigo
Um grande amigo que não me deixa calar,
Ora recitando, ora mordendo o próprio calcanhar
Mas nunca parado, nunca calado

Tenho o sol ao lado direito,
A lua ao lado esquerdo
E me recuso a pousar


Nenhum comentário:

Postar um comentário