Todos meus demônios

Fechei todas as esquinas,

mas restaram brechas

mesmo aparando arestas

sempre à um galho a se rebelar

 

assassinei todos meus demônios

não sobrou-me nada

nada de bom 

que eu possa cultivar

 

semeio agora todos os meus sonhos

e palavras ocultas

para não trazer de volta

todas as minhas doces loucuras

que querem me assassinar

 

ao final do arco íris

quero a permuta

pra que não volte a declinar

 

quero pescar borboletas

no ácido do meu estomago

e que a chaga saia dos escombros

e volte a palpitar

 

Que teus abraços me guiem

Sinto o cheiro das rosas em teus olhares
O sabor do perfume em tuas mensagens,
O mel do teu sol no luar
E o brilho da tua lua no meu sonhar

Enquanto teus devaneios passavam pelo arco íris
Eu suspirava por querer com ele em teus braços passar
Que o ouro ao final dele seja teus beijos
E em teus beijos não haja final

Que teus abraços me guiem
Que tuas nuvens me transforme
Que os teus faróis me iluminem
E teus beijos me formem

Orvalho de uma estrela

reguei minha campa
pois meu sepulcro deve esperar
encontrei no deserto o orvalho de uma estrela
raro e divino como rosas brotando em limoeiro
como olhos que voltaram a enxergar

tão sólido como um arco-íris
com marcas da deusa ísis
cujo as asas puderam me levantar
por mais de trinta anos voei
por povos e planícies,
centauros e esfinges,
mas foi em teu seio que fiz o meu lar

tuas palavras saciam minha sede
me embalam como infante na rede
me carregam dia e noite
rumo ao brilho do teu olhar

e se um dia o céu cair
e não vê-la sorrir
saiba que será em minhas asas
que estarás a voar