domingo, 25 de abril de 2021

Jovem divina

Quando adentrei o desconhecido,
em meio a gritos e neblina,
eu há vi,
não era Afrodite ou Julieta
e sim a jovem divina

Prendi-me na seiva de tua fronte,
E  meu cerne que não havia mais vida
Renasceu na luz da tua sombra
Oh minha jovem divina

Por entre as vozes sigo teu rastro
Na distância é no céu onde lhe acho

Tu és a fonte para minha sede
Tu és o mar e meu riacho

Por onde andarás o próximo crepúsculo divino?
Onde o homem se torna garoto
E o garoto volta a ser menino

Ao repousar sobre as pétalas de tuas flores
Também me tornarei divino

Delírios distantes

Queimei-me em uma manhã fria, pudera deus ser a chaga, mas está diante rogava: não se vá meu jovem rapaz,

Em delírios distantes eu partia, a tarde já não mais fria, e minha chaga preocupada dizia: não se vá meu jovem rapaz,
Partindo agarrei meus devaneios em teus braços, fiz da pintura do teu olhar o divino laço, e os teus lábios eram o farol a me guiar,
A noite caia, mas agora eu sorria, pois teu canto estava em meus ouvidos a cantar,
Assim como a voz, a presença é divina e logo em teus braços eu irei repousar.

Breve partida

Não chore minha dama frondosa pela breve partida, mesmo que haja dor na despedia, onde há lembrança, há vida, e essa nem os deuses podem levar.
O legado de um ser amado, é uma pintura, um retrato, e quando as lágrimas caírem em teus braços, nele estará a história para se lembrar.
O amor é a divindade mais pura, ele é feito de ternura que não apaga mesmo se o tempo acabar.

Declaro guerra

Declaro guerra aos expoentes do meu fracasso, dormirei de olhos abertos para apalpar o irreal enquanto bebo meu próprio veneno brindando os passos que jamais darei novamente

Equilibrista

Sou o equilibrista na linha tênue entre a loucura e o infarto, me parto em lágrimas secas e sorrisos de escárnio ao espelho que mesmo na penumbra está a me fitar, queimo as aquarelas de outrora, lanço-me oito andares a baixo  buscando um pequeno espaço que me diz: teu presente é o agora...

Abandono

Não há dor maior que o abandono e o desespero, não há abandono maior que o desprezo, rogai pelo pecado de nós desesperados, nosso orvalho é a campa dos mal tratados, e nossa campa está por todos os lados, meu amor era minha vida antes de eu nascer, mas já não vivo, pois nascer não é viver...

Teu ventre

Teu seio outrora me nutriu
Teu ventre outrora me acobertou
Teus braços me levaram aos céus
Mas hoje teus olhos carregam o desprezo de uma sombra no escuro
Na penumbra há mais simpatia que em tuas palavras
Meu adeus será tão  breve como o agora
E meu agora é longe