Não sou Ahasverus ou gênio,
Mas igual precito que caminha só, sem alento
E não há um só momento
Que eu não pense no porque de minha existência
Já fui sombra, camelo e leão
Vaguei por toda imensidão
E mesmo assim não pude me encontrar
Fui onda e me afastei da costa
Fui à ave de pena mais grossa
Voei pelo céu infindo
Mas acabei por cair no mesmo lugar
Soprou-me o vento da inexistência
Faltou-me graça e paciência
Iluminou-me o grande vácuo
E aqui estou a caminhar