sábado, 27 de janeiro de 2024

Tempo suficiente

visitei o inferno por tempo suficiente
para tornar-me inquilino de vícios e dores perpétuas
deparei-me com a maldade de pessoas boas
e corações quebrados que aqui encontraram seu fim

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Bem antes

A vida começou bem antes que passa me lembrar,Talvez também tenha morrido muito antes de minha vidaAos 15, aos 20 ou seria aos 30Agora nem me lembro maisNem me importa maisPois logo morrerei novamenteE nem você irá se lembrar

Me falta ar, mas não me falta amor

Me falta ar, mas não me falta amor
Porém nego neste instante o esplendor, pois causo mais dor que teu seio pode aguentar
Desejo a melhora ou a morte, pois em meu peito não há o que suporte, não ser o que deveras merece
Tudo agora falha, menos estas palavras que se despedem de ti para um novo despertar
Me falta ar, mas não me falta amor
Melhor que aquilo que sou, apenas a distância que afaga nossas almas

Trago em meus anseios

Trago em meus anseios, muito mais que os desejos que a carne já provou,
Sacia-me tua mocidade e teu ventre, teus devaneios mais ardentes, fazem de tua campa meu lar
Rogo a Hipnos e teu filho Morfeu, que jamais tire o que é meu, mesmo quando a distância entre nós se despertar
E se os olhos a realidade voltar, lanço-me como flecha em tua direção,
jamais de minha boca ouvirá um não, pois é junto a teu voo onde quero estar

Não há anjos ou demônios

Não há anjos ou demônios, mordaças ou amarras,
capazes de calar o meu canto e o meu choro,
a poesia não tem voz, ecoa o âmago no silêncio interior,
é o louvar do descrente, a fé daquele que nem é mais gente, mais vê o tempo passar.
Ouço o som do silêncio e me tremo, arrepio no frio e choro no calor,
pois não é o sol me esquenta, e sim meu vazio.
Acordo em mim e durmo eu mim, sonho com meu eu, mesmo em dúvidas do que sou.
Mas jamais serei outro a não ser o desconhecido que busco.
Entre o tudo e o nada, estarei sempre em busca das nuvens alcançar.

Carolina

Certo dia vivi, negando o ópio
Descobri que posso sorrir, sem a morte do amanhã
O que seria de minha boca sem teus lábios ?
O que seria de minha poesia sem tua inspiração?
Vejo hoje o sol pensando em teu luar
E as estrelas são cadentes, em sonhos que não quero acordar
Realize meus desejos oh flor divina
Cujo nome não é Deus e sim Carolina

Não aceito que me leiam baixo

Não aceito que me leiam baixo, pois minhas obras não são segredo
Abro, rasgo meu peito, sem medo que me vejam sangrar
Minha dor já foi maldição, mas hoje é dádiva em minhas minhas, é tinta que me faz levantar
Não quero, nem preciso que estejam comigo, mas quando partir, inimigo ou amigo, sei que irão me olhar. Seja por inveja ou amor, sendo corvo ou condor, para baixo irei olhar