quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Não há anjos ou demônios

Não há anjos ou demônios, mordaças ou amarras,
capazes de calar o meu canto e o meu choro,
a poesia não tem voz, ecoa o âmago no silêncio interior,
é o louvar do descrente, a fé daquele que nem é mais gente, mais vê o tempo passar.
Ouço o som do silêncio e me tremo, arrepio no frio e choro no calor,
pois não é o sol me esquenta, e sim meu vazio.
Acordo em mim e durmo eu mim, sonho com meu eu, mesmo em dúvidas do que sou.
Mas jamais serei outro a não ser o desconhecido que busco.
Entre o tudo e o nada, estarei sempre em busca das nuvens alcançar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário