terça-feira, 21 de setembro de 2021

Mar

choro sobre as tuas lágrimas,
pois teus olhos me refletem
teu corte me corta,
teu sorriso me abraça
quero ser a água que te refresca
no corredor onde o mar se abre
quero ser sempre ouvidos,
pois aos teus sorrisos sou ombro a lhe apoiar
tua importância é como estrela para os céus,
teus sonhos são segredos até para o maior dos menestreus
serei hoje acompanhante,
pois como a lua serei minguante
serei hoje confidente
e assim como o divino sempre estarei presente


Livro escrito em pétalas de diamante

Encanto-me ao fitar o vermelho dos teus lábios e teus retratos pela íris registrados
Encanto-me por encontros de acaso,
Em corredores engavetados,
Que agora ficaram para trás ou não mas...

Nuvens alheias   me revelam a tua sombra,
Sobre devaneios ilusórios macios como alfombra
Debruço-me enquanto lhe espero sem pesar

Lembranças do olhar terno e sereno,
De risos escondidos , porém divinos e terrenos
De vestes de algodão que reluzem ao cerne
Puro Diamante singelo lapidado

Marcas no calendário
Devaneios metamorfoseados ao meu lado,
Cantos engarrafados  prestes a eclodir

Assim nasce a alvorada
Aos cantos de aves enamoradas
Na trilha flutuante do porvir

Espumas flutuantes

Desejei ao mar de estrelas ocultas
E espumas flutuantes que se assemelhavam a tua fronte apenas mais um dia,
E rogando pelo círculo de ligações infindas enquanto eu caia o desejo era apenas um, apenas mais um dia,
Mas parti e me partindo não lhe disse adeus

Ouço as vozes do teu silêncio enquanto caminha,
De curiosidade faço das tuas palavras as minhas e assim sigo....sigo para mais um dia

O doce toque imaginário dos fios de ouro que repousam sobre tua face
O rubro que cobre de delicadeza as já delicadas mãos como se por Deus falassem
Um encontro entre a liberdade,
Mimos semanais de pura bondade
E assim se esvai mais um dia

Mas como o canto da ave de rapina
E tua sombra que pelos deuses não há mais divina
eu ei de te reencontrar

Princesa

Por entre quadros de um museu moderno, tão distantes quanto aqui, repouso meus olhos aos sons também longínquos do balançar de tuas pétalas de diamante, que tua virtude continue como a raposa de um conto e teu brilho seja eterno como o de um Príncipe que se tornou estrela, pois você também faz o céu brilhar. Com todo carinhoso de um nobre poeta.

domingo, 25 de abril de 2021

Jovem divina

Quando adentrei o desconhecido,
em meio a gritos e neblina,
eu há vi,
não era Afrodite ou Julieta
e sim a jovem divina

Prendi-me na seiva de tua fronte,
E  meu cerne que não havia mais vida
Renasceu na luz da tua sombra
Oh minha jovem divina

Por entre as vozes sigo teu rastro
Na distância é no céu onde lhe acho

Tu és a fonte para minha sede
Tu és o mar e meu riacho

Por onde andarás o próximo crepúsculo divino?
Onde o homem se torna garoto
E o garoto volta a ser menino

Ao repousar sobre as pétalas de tuas flores
Também me tornarei divino

Delírios distantes

Queimei-me em uma manhã fria, pudera deus ser a chaga, mas está diante rogava: não se vá meu jovem rapaz,

Em delírios distantes eu partia, a tarde já não mais fria, e minha chaga preocupada dizia: não se vá meu jovem rapaz,
Partindo agarrei meus devaneios em teus braços, fiz da pintura do teu olhar o divino laço, e os teus lábios eram o farol a me guiar,
A noite caia, mas agora eu sorria, pois teu canto estava em meus ouvidos a cantar,
Assim como a voz, a presença é divina e logo em teus braços eu irei repousar.

Breve partida

Não chore minha dama frondosa pela breve partida, mesmo que haja dor na despedia, onde há lembrança, há vida, e essa nem os deuses podem levar.
O legado de um ser amado, é uma pintura, um retrato, e quando as lágrimas caírem em teus braços, nele estará a história para se lembrar.
O amor é a divindade mais pura, ele é feito de ternura que não apaga mesmo se o tempo acabar.

Declaro guerra

Declaro guerra aos expoentes do meu fracasso, dormirei de olhos abertos para apalpar o irreal enquanto bebo meu próprio veneno brindando os passos que jamais darei novamente

Equilibrista

Sou o equilibrista na linha tênue entre a loucura e o infarto, me parto em lágrimas secas e sorrisos de escárnio ao espelho que mesmo na penumbra está a me fitar, queimo as aquarelas de outrora, lanço-me oito andares a baixo  buscando um pequeno espaço que me diz: teu presente é o agora...

Abandono

Não há dor maior que o abandono e o desespero, não há abandono maior que o desprezo, rogai pelo pecado de nós desesperados, nosso orvalho é a campa dos mal tratados, e nossa campa está por todos os lados, meu amor era minha vida antes de eu nascer, mas já não vivo, pois nascer não é viver...

Teu ventre

Teu seio outrora me nutriu
Teu ventre outrora me acobertou
Teus braços me levaram aos céus
Mas hoje teus olhos carregam o desprezo de uma sombra no escuro
Na penumbra há mais simpatia que em tuas palavras
Meu adeus será tão  breve como o agora
E meu agora é longe

terça-feira, 9 de março de 2021

Arlequim da mocidade

Já Acordei colorido como o dia que ainda não nasceu, dancei para reis e plebeus, mas hoje estes não podem mais me encontrar, seus bigodes e suas maldades, estes de maior idade também  perderam o prazer de amar,
Por vezes darei olá, para os velhos e para as damas, para os cães e para as crianças, mas é bom nao se acostumar.

Fumo e balas, álcool e risadas, estas eu quero em cada esquina encontrar, estarei em rodas de ciranda, caçando formigas em calçadas, e aqueles de farda, mas como forma de neblina, em ruas agitadas, assim estarei lá, os olhares hoje me ferem, me julgam por minhas vestes, mas mesmo fora do teu olhar, eu sempre estarei lá, serei o arlequim da mocidade, nunca pergunte minha idade, pois qualquer dia eu irei lhe encontrar.