domingo, 16 de junho de 2013

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Para o inferno as perguntas

Para os céus as respostas

Nem a espada que corta

Nem a boca que crítica pode-me calar

(Antes a morte que a desonra)



Guerra do descobrimento.

Coletivo e indivíduo

Conflito quase infinito

Mas ao termino, plenitude e esplendor demasiado



O sol sorri para todos os lados

E mesmo assim vive só e calado

E ao contrário de narciso não pode se afogar



Por que seguir mais vinte e outros anos

Carregando o fardo da existência,

Se nem mesmo ela há de existir


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Poemas no cardápio de um ser faminto e apaixonado

Arrastando-se por entre os alimentos da multidão

Mas sempre a dizer não ao ventre alheio

Esperando sempre o velho arqueiro acertar

Esperando essa tal flecha encantar,

Mas carregando no peito um certo amor

Crescente como o sonho por uma estrela cadente

Que passa por nós deixando um desejo a desejar

Desejo febril, desejo febril

Que queima a pele, que dispara o peito

Que leva o teu leito para voar



Nuvens de formas infinitas no negro céu

E na terra, perfumes de rosas queridas

Cada qual com seu nome e sua cor


1

Os cães ainda me perseguem como na infância
Sedentos por uma dose de decadência
Ela que exala de meu corpo
Saem da mesma forma que entram as incontáveis doses de desgraça
Desgraça que não me embriaga,
Desgraça que não tem mais graça

O meio do fim chega tão depressa
Mas não façam festa
Os doutores da eloquência não gritam mais na noite
Preferem agora permanecerem calados
Engasgados com o suor e com seu tédio diário
Queria pensar o contrário
Mas as tuas bocas não se calam

Mas eu?
Eu não corro este perigo
Um grande amigo que não me deixa calar,
Ora recitando, ora mordendo o próprio calcanhar
Mas nunca parado, nunca calado

Tenho o sol ao lado direito,
A lua ao lado esquerdo
E me recuso a pousar


Meu Senhor

Humilhado, fui eu ó meu senhor

Tratado como bruxa

Queimado em praça publica

Como manda vosso dever

Sem ao menos o direito de dizer

“eu não fiz nada ó meu senhor!”



Rejeitado, também fui ó meu senhor

Negado pelas plantas, Pela sombra de uma infanta



E até mesmo as lágrimas despediram-se de mim



Junto à lama me juntei

E aos berros supliquei

“pare, por Deus oh meu senhor”



Sobre este chão ainda repousa meu sangue

Tão vermelho quanto os olhos do demônio

Que por seus “cinco minutos” de ira me teve em seus braços



Fato que quase me levou

Pergunto-me, porque ó meu senhor?



Ó, mas para o consolo da alma, a tragédia é mãe,

Mãe de toda a beleza, e um dia ai de me alegrar