domingo, 29 de março de 2015

Blá Blá Blá

“Não matarás! Não roubarás!” outrora essas palavras eram santas, perante elas se dobravam os joelhos e abaixavam-se as cabeças, mas o tempo para essas “leis” já se foi, as correntes foram quebradas, o hoje é descontrolado e rebelde, não por não seguir estas regras “divinas”, mas por termos perdido a essência de ser humano, respeito, valores, o que são? Estes já se encontram extintos. É necessário olharmos o passado quando buscamos tais sonhos e ainda sim teremos certa dificuldade caso não olhemos muito além, devemos então olhar além do horizonte, com este mesmo olhar podemos perceber o quanto nos tornamos bestiais e toda essa beatitude é apenas uma farsa, perdemos nosso rumo (se é que algum dia chegamos a possuir um) para retornamos a este caminho devemos ser o que não somos assim poderemos fazer alguma diferença quando formos ensinar algo para aqueles que estão a dar os primeiros passos.
Há no mundo muita lama, quer queria, quer não, é a verdade! Mas nem por isso o mundo é um monstro imundo. O que presenciamos nas ruas, avenidas, escolas etc é apenas um reflexo do que criamos, nos tornamos despreocupados e inseguros e agora pagamos um pouco por isso, digo um pouco, pois creio ainda chegaremos a pagar muito mais, e não digo isso de uma maneira religiosa, quando disse para olhamos para nossas escolas me referi ao fato de elas serem mais presídios que locais de aprendizado, grades, cercas e câmeras espalhadas por todos os lados, seriam mesmo necessárias?
Corrigir ou evitar? Há tempos penso desta pergunta e percebo que em meio a toda esta loucura a preocupação maior é corrigir e não fazer o possível para evitar que a desgraça não continue ou mesmo chegue um dia a acontecer e sobre isto me refiro a toda e qualquer desgraça. “Cedo e depressa demais”, é assim o novo tempo e não adianta procurar desculpas ou mesmo o foco deste “problema” e não há um único ponto de culpa e sim uma culpa geral.
Enquanto não despertarmos continuaremos a sonhar na solução de nossos problemas, mas como dito anteriormente: Há no mundo muita lama, quer queria, quer não, é a verdade! Mas nem por isso o mundo é um monstro imundo.

Meu calmante

Teu beijo é meu calmante
E minha ânsia é a falta dele
A uma chaga inflando a cada partida

Tua sombra é quem se despede
Quando tenho que lhe deixar
O som dos teus passos é somente de ida

A saudade é um doce veneno
Que iludi meus devaneios a cada gole
Viajo nas ondas secas de qualquer mar
Perco-me divinamente a te amar

Teu sorriso é ouro duradouro
E as primaveras não podem lhe tocar
Dói-me deixar-te- ir
Mas vou-me com teu brilho a enamorar

Vinténs aos olhos

Tenho vinténs aos olhos
Caso encontre meu lugar
Na tempestade é à fome quem fala
É a serpente madura que não quer descansar

Tape os ouvidos do medo
Colecione as areias do ar
Seja o cego certeiro
Ou mesmo aquele que não tenta falar

Alguma vez



Se alguma vez pedi
Para este amor não morrer
Foi pelo simples desejo de te amar

Ó meu senhor
Este amor é uma farpa, uma corda
Uma faca cega que não corta
E mesmo com isso me agrada

Amar é estar pronto para morrer
E mesmo que os teus ouvidos
Não me deixem dizer
Caio aos teus pés

O teu coração se partiu
Mas meu amor não partiu
Sorriu com a dor da saudade

Dor que me dói e me acalma
Dor que me acolhe a alma
Amor que me aproxima de você

Bendita neblina



Deito-me ao lado da beleza
Mais esta não me amarga
Faz lhe prometer todos os segredos
Bendita neblina que me afaga

A noite não dorme
Agora percorre no badalar dos teus olhos

Fecho-me em devaneios
Mas não deixo de lhe fitar
Escondo-me no orvalho do tempo
E com a dádiva do teu doce fico a lhe esperar

A noite não dorme
Agora respira a imagem dos teus olhos

Meu corpo ainda tremula
O excesso começa a evaporar
Adeus monstros vizinhos
Ao toque do teu piano me deixo levar

O sol já desperta
E teus cachos dizem adeus antes da chuva

Onde secar minh’alma?
O frio da distância começa a me aquecer
Ouço minha sombra no divã
E este monólogo é todo sobre você

Dedicatória



Dedico estes versos para os teus olhos
Para estas auroras que voltam a me despertar
Aprendi nestes quatrocentos e tantos dias
Que não posso viver do luar

Preciso do teu sol
Como o navio do farol
Para saber onde está

Tu és minha bússola, meu eixo
E mesmo sem teu beijo
Sei que somente tu pode me salvar

Neblina nebulosa

Neblina nebulosa
Que surgiu com a aurora
A criar os devaneios

Bendito mistério
Que se mostra sem face
Aos delírios passageiros

Maldito seja oh poeta
Pois o orvalho dos teus olhos
Não podem lhe despertar
O excesso do teu sangue não lhe conserva
E o veneno desta névoa
Só tende a lhe purificar