domingo, 29 de março de 2015

Bendita neblina



Deito-me ao lado da beleza
Mais esta não me amarga
Faz lhe prometer todos os segredos
Bendita neblina que me afaga

A noite não dorme
Agora percorre no badalar dos teus olhos

Fecho-me em devaneios
Mas não deixo de lhe fitar
Escondo-me no orvalho do tempo
E com a dádiva do teu doce fico a lhe esperar

A noite não dorme
Agora respira a imagem dos teus olhos

Meu corpo ainda tremula
O excesso começa a evaporar
Adeus monstros vizinhos
Ao toque do teu piano me deixo levar

O sol já desperta
E teus cachos dizem adeus antes da chuva

Onde secar minh’alma?
O frio da distância começa a me aquecer
Ouço minha sombra no divã
E este monólogo é todo sobre você

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