terça-feira, 9 de julho de 2019

Abro as feridas que não fecham

Abro as feridas que não fecham para monólogos de solidão em um divã com minha sombra,
as lágrimas surgem junto ao sol e se vão antes dele,
para que a penumbra não afete o já afetado,
não sou apenas eu,
não é apenas uma voz que recita dores
não sou apenas eu,
mas o que serei ao ultimo toque desta sinfonia fúnebre?
outrora haviam ombros, hoje apenas ópio
outrora tragava com a chama apagada, 
agora queimo meus dedos esperando o que não chega...
mas já vejo a hora derradeira, rasgando os céus e levando minha companheira, 
doce camaleão da paisagem universal...
lhe aguardo em nossa próxima sessão;