Há um carrossel de urubus a minha volta
Sedentos pelo declínio de minha estrela
Lenhadores, lavradores pueris
Gatunos de ternura
Levando o próprio fardo moribundo
Envenenados pelo próprio veneno
Seres de insaciável fome
Sangue sugas que não merecem o nome
Homicidas servos da ilusão
Sem céu, ombro ou coração
eternos caçadores da própria extinção
domingo, 26 de janeiro de 2014
Arvore da culpa
O perdão deve ser demasiado tardio
Para que a carne seja realmente ferida
Para que a semente do “não mais aconteça”
Seja hasteada sobre o cerne de alma,
Assim nascera a arvore da “culpa”.
A delonga dará luz aos frutos
E os frutos serão sustento
Para o tão sonhado e sofrido perdão
Rainha de bruma
Frondosa flor, rainha de bruma
Desperta minh’alma com teus lampejos de suma
Não há folhagem que corte nosso laço
Tua veemência me trás coragem
Em teus verbos faço minha estalagem
Meu ópio é a teia sobre nossas sombras
Penumbra aos brados alheios
Trilhem nossos passos os “velhos” guerreiros
O mar reflete o que o céu reluz
Enfarta mais não me farta
Sofro por amor
Como um crente sofre pela fé,
Infarta mais não me farta
Está dor de pranto seco,
Dor que não dorme cedo
Dor dona de meu regozijo
Torna ébria minh’alma carente
No fluxo torpe inconsequente
Não há vivalma que entenda
sábado, 18 de janeiro de 2014
Mau
Há um carrossel de urubus a minha volta
Sedentos pelo declínio de minha estrela
Lenhadores, lavradores pueris
Gatunos de ternura
Levando o próprio fardo moribundo
Envenenados pelo próprio veneno
Seres de insaciável fome
Sangue sugas que não merecem o nome
Homicidas servos da ilusão
Sem céu, ombro ou coração
Todavia a o meu perdão
Mesmo que tardio como o verão
Mesmo que após a extinção
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Anjo divino
A pálida face sobre o leito
Com os ternos olhos a navegar
Ora cerrados à procura de sonhos
Ora abertos a fitar o mar
Anjo divino
De voo sem fim
Terás algum dia
Saudades de mim?
Quando repousas a terra vibra
E a invejosa vem aos céus a lhe fitar
Quando adormeces a fera emudece
Pois é um lied o teu suspirar
Anjo divino
Que dormes assim
Neste teu devaneio
Pensas em mim?
E a cada suspiro torna-se mais bela
Diga-me deus: é ela
Pois deste seio
É dela o palpitar
Asas de rosas
Coroa de marfim
Não sejas cruel
Tens pena de mim?
E quando banhada sobre o sal
Ergue-se, como deusa a sair do mar,
Com teus negros fios de ouro sobre a face
Como rainha a tomar o teu lugar
Asas de rosas
Aroma de jasmim
Estrela do campo
Já chorastes por mim?
Em teus lábios a febre reside
Quando teus pés se firmam ao chão
Nos teus olhos a vida vive
E da vida até para quem não tem coração
Preciosa sem amo
Dona de meu amor
A ti lhe entrego a vida
Neste tempo ou onde for
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