domingo, 27 de dezembro de 2015

Oh se o tempo

queria que o relógio
não acompanhasse nossos beijos
queria contigo
viver todos os desejos

vejo no teu nome agora a saudade
quando lhe verei oh mocidade?

entrei com as asas quebradas
na volúpia de um sol que começava a despertar
já cansada as minhas asas
sonhavam em ver as tuas voar

oh se está poeira não me afastasse de meu amor
oh se o meu vicio de amar não fosse meu amor
oh grande vicio que só me trouxesse dor

sou a dor e a loucura
que não sabe ter amor ou amizade
sou o yin yang
perdido entre a presença e a saudade

não sei se és por tu ou tua irmã
se és por Atena por pelo deus Pã
mas meu amor de divide em dois
pelo sangue de agora
e pelo sangue do amanhã

serei teu guerreiro
tua espada e teu cavaleiro
seja qual for o estrangeiro que irá lutar
minha vida serás tua, do teu deus serei a armadura
pois sei que com isso meu amor irá se levantar

sábado, 26 de dezembro de 2015

Lembra de mim

lembra de mim
pois de ti não lhe esqueço
lembra de mim?
sou aquele cujo sonho não possui endereço
lembra de mim
serei sempre o amor
que jamais irá se esquecer
lembra de mim?
fui aquele que sangrou e a dor dos joelhos jamais se apagou
lembra de mim
no natal fui o sangue de tua familia
lembra de mim?
pois minha promessa dormiu na farropilha
lembra de mim
sou a droga legalizada
lembra de mim?
pela tua alma que um dia foi embalsamada
lembra de mim
pois minha dor de ti não se esquece
lembra de mim?
cujo amor nasceu junto com as outras preces
com isso somos o sonhos do século 21
e a loucura de tempo nenhum


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Levada pelo vento

Ouço tua voz nesta mensagem
Pedindo para que eu se lembre de ti
Mais o que tu não sabe
É que de ti não posso esquecer
 
Guardo no cerne do ser uma lembrança
Que ficou de herança
Pela noite do olhar

Outrora foi neblina e retornou
Pairava nebulosa e despertou
Mas agora é nuvem levada pelo vento
É uma imagem de um só momento
...que nunca irá passar


terça-feira, 10 de novembro de 2015

De hoje em diante

Já me masturbei por uma maça em um quadro,
Me fez gargalhar como um asno
Enquanto minha alma goza da pura falsidade

Hoje meu aroma repele minha raça
Há quem diga que cai em desgraça
Mas minhas asas de incenso apontam para o sol

É torpe a voz de minha vontade
Bendito seja o perfume de toda bruxaria
Meu ópio está entre a bússola e a longevidade
É o louco quem manipula o fogo com maestria

E se o vento sopra em demasia
Minha sombra me sustenta
Bendita infinda forma de fantasia
Basta-se quem a si esquenta



 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Metamorfose


Escuta a Voz que brota dos teus olhos, voz salgada de doces lábios que nunca lhe negará um beijo nas horas que teu peito emudecer ou ferver mais que o esperado, compreenda teus sentimentos e tuas vontades, escute a canção e dance com a melodia divina que ecoa pelo espaço, melodia tão leve quanto o próprio Deus, Deus este que também dança. Extraia o mel de cada corte e construa a partir deste o teu império, não guarde a cicatriz sem antes ter alcançado o cume do teu próprio monte, não guarde sem antes passar pelas três metamorfoses do espírito e conquistar a tua inocência.

Houve


Minha alma agora se torce, balança suas chamas como Rintrah no ar carregado, faminta do que o corpo carece, penas de arco-íris não necessitam de prece, ergo com demasia meus olhos à procura do que me valha a visão, enquanto a alma dança por entre  músculos e veias de sua extensão eu salto para o segundo circulo de ilusão, neste vale de vento espero que nenhum vento venha me servir, pois não ei de crer no rei do sonho alheio, oh já posso ver ao longe  Minos e tua serpente vindo a espera de uma confissão, pobre de ti semi deus e cavalheiro, tem como ofício ser juiz e porteiro e de tua prisão não pode se libertar, será piada eterna para as hienas, pois um banho pôde lhe matar, hei de mentir para ti, pois minha sanidade foi quem enlouqueceu, foi ela quem adoeceu, sucumbiu, não há porque se confessar, fugi acompanhado de uma canção, que falava de um leão, que se perdeu para tentar se encontrar, penso, não será este o meu lugar? Um banho no estige para tentar se lembrar.

 Junto a  alma o corpo se acalma, pago as moedas e podemos retornar, saímos da toca do coelho, com todos os segredos, mas de tudo nada posso me lembrar





terça-feira, 1 de setembro de 2015

NEGA

Em cada taça de vinho
Em cada roda-moinho
Em cada canto sozinho
Fico a lembrar
 
Uma noite no rio
Uma noite nos viu
Uma noite sorriu
Fico a lembrar
 
Hoje ao meu peito
O segredo se espalha
No silêncio me fala
 “nunca vou lhe deixar”
 
Salvou-me da morte
Nunca foi sorte
Foi só tua mão
Tirando-me do chão
E me ensinando a andar
 
 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A máscara do espaço


Vejo seres de sangue ralo
Lambendo a ponta dos dedos,
Procurando o gosto da vida
Já não se diferencia a sombra do reflexo
Será que também sou assim?
A eloqüência se tornou loucura
E acabo de devorar meu próprio cão
Mas uma vez este baile de máscaras
Para comemorar nossa falta de personalidade
Um cavalo, por favor; devo viajar por entre a máscara do espaço
Para tornar-me consciente outro vez
(isso se alguma vez já fui)

O Gatilho


Não importa quantas vezes eu puxe o gatilho
A arma não dispara, despertei de toda ilusão
Fogem-me agora os espíritos
Fogem os demônios e todos os amigos
Da sagacidade a raposa conquista tua coroa


Minha sombra me trás de volta a cada devaneio
Trago nas mãos o perfume de cada dia
Meu ópio é a terra contorna meus pés
Meu prazer é o ócio
Por hora inexistente


O verão aquece, mas não seca minh’alma
A febre ainda me fere ao passar de uma neblina
Faltam-me nuvens para desenhar
Faltam-me nuvens... Falta-me a chuva
Já não me falta nada, pois agora me basto

 

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Sucumbe o albatroz

Sucumbe o albatroz
E desperta a tormenta

Como a lasca de uma chama se gás

Nem mesmo a sombra ousa olhar para trás
 
De sangue ralo
O asno amontoa-se como sarna
O medo reside no sol
Com o sangue aos pés preferem à vela ao farol
 
Caem dados
E joelhos sobre o chão
Há quem chora implorando a febre
Há quem viva pelo ilusório perdão

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Com o tempo

Envio-lhe abraços
De minha saudade ébria
Antes que minha vida
Também se vá
 
Envio-lhe devaneios
De uma alma que se esgota
De uma rosa quase morta
Que não quer despertar

O Sátiro e a cobra

Enquanto o Sátiro guia a carruagem do bardo
O coro festeja sobre o fogo
E os asnos aguardam
Histéricos e nus
O dia em que voaram com a loucura
Para o cerne de tua própria chama
 
A serpente nebulosa agora procura a própria calda,
Pois outrora se perdeu sobre o próprio reflexo
Faz do medo tua bengala
E ao contrário dos cavalos
Ela agora só olha para os lados
A procura do que ainda não perdeu

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Chamas


Com os olhos submersos nas chamas
E a muda canção a dançar
Guiado pela chaga que não inflama
Para a janela que outrora não pôde alcançar
 
Pela manhã a serpente desperta
A cerimônia já vai começar
Ao espelho se pergunta se a loucura é certa
Pois no seu tímido veneno há o medo de se afogar
 
No íntimo de sua vontade
É a fera quem controla os ventos
É a fera quem controla os ventos
De tua inata vontade
 
A beatitude é a maior desgraça
É hora de deixar tua pedra lustrada
 O preto e o branco são uma farsa
Não há cores nesta nossa estrada

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Saudade de quem

[...]Saudade de quem vai sem se despedir
De quem fita teus olhos e depois sorri
Emudece, pois a alma tem medo de falar
Se oculta, pois a presença pode cegar[...]

domingo, 14 de junho de 2015

Minha casa

Minha poesia agora é livre
E se desprende
Para jamais querer voltar
O regresso há de me matar

Quero negar o anseio de meus lábios trêmulos
Para com os teus lábios
Quero negar os teus lábios
Pois os meus já não anseiam por ti

Reconstruo minha casa
Com paredes de memória
Intocáveis aos teus olhos

Reconstruo meus olhos
Com as paredes de minha casa
Intocáveis as tuas memórias

Beira-mar

Nesta terra a beira-mar
Lar daqueles que não deixo de lembrar
Vejo o porquê de tal inspiração
A melodia do vazio restaura o coração

Benditas aquelas pedras que não enxergam o fim
E levam sobre os pés o que me afasta de mim
Ouço vozes que me fazem cantar
Repouso sobre as areias, mas não deixo me levar

sábado, 30 de maio de 2015

Doce encontro

Doce encontro

Perco-me na inexistência do meu eu
Na incerteza, no vago de meu reflexo
Oh meu senhor o que foi que se perdeu?
Onde foi que me perdi?

Ainda me pergunto: porque não morri?
A cada página uma desculpa me preenchia
Minha loucura era vazia
E os dias me cantavam a ilusão
Perdão pela falta de razão
Na trilha volto a me encontrar
Vejo agora no cerne meu lugar 
Desfaz-se o casulo a minha volta
Alinha-se a vista quase morta
Do mel daquela lira me fez desperta

Outrora

Este leito é duro
Mas outrora me arrancava devaneios
Outrora o sol me aquecia
A benção era minha
E não havia demônio a me tocar

Toda esperança é maldita
Todo peito aberto seca
Promessas são desculpas
Saudades são viúvas
Que uma hora o esquecimento há de encontrar

Doce encontro

Doce encontro

Perco-me na inexistência do meu eu
Na incerteza, no vago de meu reflexo
Oh meu senhor o que foi que se perdeu?
Onde foi que me perdi?
Ainda me pergunto: porque não morri?
A cada página uma desculpa me preenchia
Minha loucura era vazia
E os dias me cantavam a ilusão

Perdão pela falta de razão
Na trilha volto a me encontrar
Vejo agora no cerne meu lugar
Desfaz-se o casulo a minha volta
Alinha-se a vista quase morta
Do mel daquela lira me fez desperta

domingo, 29 de março de 2015

Blá Blá Blá

“Não matarás! Não roubarás!” outrora essas palavras eram santas, perante elas se dobravam os joelhos e abaixavam-se as cabeças, mas o tempo para essas “leis” já se foi, as correntes foram quebradas, o hoje é descontrolado e rebelde, não por não seguir estas regras “divinas”, mas por termos perdido a essência de ser humano, respeito, valores, o que são? Estes já se encontram extintos. É necessário olharmos o passado quando buscamos tais sonhos e ainda sim teremos certa dificuldade caso não olhemos muito além, devemos então olhar além do horizonte, com este mesmo olhar podemos perceber o quanto nos tornamos bestiais e toda essa beatitude é apenas uma farsa, perdemos nosso rumo (se é que algum dia chegamos a possuir um) para retornamos a este caminho devemos ser o que não somos assim poderemos fazer alguma diferença quando formos ensinar algo para aqueles que estão a dar os primeiros passos.
Há no mundo muita lama, quer queria, quer não, é a verdade! Mas nem por isso o mundo é um monstro imundo. O que presenciamos nas ruas, avenidas, escolas etc é apenas um reflexo do que criamos, nos tornamos despreocupados e inseguros e agora pagamos um pouco por isso, digo um pouco, pois creio ainda chegaremos a pagar muito mais, e não digo isso de uma maneira religiosa, quando disse para olhamos para nossas escolas me referi ao fato de elas serem mais presídios que locais de aprendizado, grades, cercas e câmeras espalhadas por todos os lados, seriam mesmo necessárias?
Corrigir ou evitar? Há tempos penso desta pergunta e percebo que em meio a toda esta loucura a preocupação maior é corrigir e não fazer o possível para evitar que a desgraça não continue ou mesmo chegue um dia a acontecer e sobre isto me refiro a toda e qualquer desgraça. “Cedo e depressa demais”, é assim o novo tempo e não adianta procurar desculpas ou mesmo o foco deste “problema” e não há um único ponto de culpa e sim uma culpa geral.
Enquanto não despertarmos continuaremos a sonhar na solução de nossos problemas, mas como dito anteriormente: Há no mundo muita lama, quer queria, quer não, é a verdade! Mas nem por isso o mundo é um monstro imundo.

Meu calmante

Teu beijo é meu calmante
E minha ânsia é a falta dele
A uma chaga inflando a cada partida

Tua sombra é quem se despede
Quando tenho que lhe deixar
O som dos teus passos é somente de ida

A saudade é um doce veneno
Que iludi meus devaneios a cada gole
Viajo nas ondas secas de qualquer mar
Perco-me divinamente a te amar

Teu sorriso é ouro duradouro
E as primaveras não podem lhe tocar
Dói-me deixar-te- ir
Mas vou-me com teu brilho a enamorar

Vinténs aos olhos

Tenho vinténs aos olhos
Caso encontre meu lugar
Na tempestade é à fome quem fala
É a serpente madura que não quer descansar

Tape os ouvidos do medo
Colecione as areias do ar
Seja o cego certeiro
Ou mesmo aquele que não tenta falar

Alguma vez



Se alguma vez pedi
Para este amor não morrer
Foi pelo simples desejo de te amar

Ó meu senhor
Este amor é uma farpa, uma corda
Uma faca cega que não corta
E mesmo com isso me agrada

Amar é estar pronto para morrer
E mesmo que os teus ouvidos
Não me deixem dizer
Caio aos teus pés

O teu coração se partiu
Mas meu amor não partiu
Sorriu com a dor da saudade

Dor que me dói e me acalma
Dor que me acolhe a alma
Amor que me aproxima de você

Bendita neblina



Deito-me ao lado da beleza
Mais esta não me amarga
Faz lhe prometer todos os segredos
Bendita neblina que me afaga

A noite não dorme
Agora percorre no badalar dos teus olhos

Fecho-me em devaneios
Mas não deixo de lhe fitar
Escondo-me no orvalho do tempo
E com a dádiva do teu doce fico a lhe esperar

A noite não dorme
Agora respira a imagem dos teus olhos

Meu corpo ainda tremula
O excesso começa a evaporar
Adeus monstros vizinhos
Ao toque do teu piano me deixo levar

O sol já desperta
E teus cachos dizem adeus antes da chuva

Onde secar minh’alma?
O frio da distância começa a me aquecer
Ouço minha sombra no divã
E este monólogo é todo sobre você

Dedicatória



Dedico estes versos para os teus olhos
Para estas auroras que voltam a me despertar
Aprendi nestes quatrocentos e tantos dias
Que não posso viver do luar

Preciso do teu sol
Como o navio do farol
Para saber onde está

Tu és minha bússola, meu eixo
E mesmo sem teu beijo
Sei que somente tu pode me salvar

Neblina nebulosa

Neblina nebulosa
Que surgiu com a aurora
A criar os devaneios

Bendito mistério
Que se mostra sem face
Aos delírios passageiros

Maldito seja oh poeta
Pois o orvalho dos teus olhos
Não podem lhe despertar
O excesso do teu sangue não lhe conserva
E o veneno desta névoa
Só tende a lhe purificar