segunda-feira, 25 de abril de 2016

O Circulo e a Reta


Há algum tempo tenho me questionado sobre os pontos da felicidade humana, segundo Milan Kundera em seu livro “a insustentável leveza do ser” a felicidade encontrasse na repetição, e não no caminho em linha reta, isso me parece plena verdade quando penso na felicidade de um animal e não de um humano, não quero dizer que não sentimos felicidade na repetição, mas sim que até mesmo ela em determinado momento há de nos cansar, creio que essa repetição além de nos causar enorme fadiga traga consigo alguns males, destaco entre eles a falta de tolerância e paciência e o desejo de reclusão, este último sendo uma redundância do próprio cansaço da repetição, pois ele faz nos sentirmos  menores e da a sensação que tudo se repete pois não temos uma saída, e com isso não mais aceitamos as pequenas coisas que outrora nem sabíamos que podiam nos causar algum mal, pretendo deixar claro que não comparo este desejo de reclusão com o ócio, pois em um vejo o dor e no outro vejo o prazer.

Sabendo agora que a repetição com demasia se torna dor seguiremos o outro caminho, agora, portanto andaremos em linha reta, mas o que ela tem a nos apresentar? Será mesmo esse o caminho da felicidade? Quando me vem à cabeça este pensamento de andar sempre em linha reta sempre imagino ciganos seguindo sempre em frente sem criar o menor vinculo com o local e as pessoas que os habitam, mas creio que não seja necessário este extremismo de não criarmos vínculos, a final de contas estes nos tornam mais fortes. Quando imagino o “andar em linha reta” creio que não precisamos ir tão longe para não sermos apanhados pelas garras da repetição, devemos apenas nos manter em movimento, devemos fazer nem que seja o mínimo possível para termos algo novo para olhar e nos guiar por cada dia, pois querendo ou não o novo nos atrai, talvez a maior dificuldade deste caminho seja abrirmos os olhos e os sentidos para sabermos quando estamos no circulo e quando estamos em busca do novo.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Terrestre/Celeste

Toque terrestre
De um sinal celeste
Pequenas horas de uma ilusão

Olhos aflitos
Diálogos esquecidos
No vazio habita a imensidão
 
O peito balança na ânsia
O quadro te nega o olhar
A febre se alimenta da distância
Quando os dedos deixam de falar

Para manter em mim

Faço o possível para este sentimento não morrer no bom dia
E assim como minha alegria
Se vá para não mais voltar
 
Prendo a respiração para manter em mim
O aroma que outrora me aqueceu
Para fazer com que os minutos sejam lentos
E as gramas da saudade venham com os ventos...
...Para me despertar.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A Essência da Prepotência


Ah se a essência da prepotência não fosse à mentira, andaríamos lado a lado com símios e nos perguntaríamos: quem é o humano? Nos achamos superiores pelo fato de possuir uma "alma", mas a alma nada mais é que a atividade da matéria cinzenta do cérebro, sendo assim; somos "iguais" ou melhor; somos estúpidos, negamos nossas vidas, nossos sonhos, nossos instintos na tentativa vã de ser o que não somos, somos a escória desde de que o mundo é mundo, raras as exceções, somos imundos, violentos, traidores, viciados, pois esta é nossa natureza,  isso é o que nos faz humanos, inventamos deuses, santos e afins para mostramos quão fracos fomos, para justificar o que não conseguimos compreender nos abraçamos em qualquer bengala ilusória da beatitude e pagamos pela nossa salvação na carência de continuarmos “vivos” até onde não podemos imaginar, me dói tentar pensar o contrario, acreditar no processo, Nietzsche disse: “ainda mais macaco que qualquer macaco é o homem”. Não vejo palavras melhores para justificar tudo que vejo ou sinto em relação ao que está a minha volta.