Há algum tempo tenho me questionado sobre os pontos da
felicidade humana, segundo Milan Kundera em seu livro “a insustentável leveza
do ser” a felicidade encontrasse na repetição, e não no caminho em linha reta,
isso me parece plena verdade quando penso na felicidade de um animal e não de
um humano, não quero dizer que não sentimos felicidade na repetição, mas sim
que até mesmo ela em determinado momento há de nos cansar, creio que essa repetição
além de nos causar enorme fadiga traga consigo alguns males, destaco entre eles
a falta de tolerância e paciência e o desejo de reclusão, este último sendo uma
redundância do próprio cansaço da repetição, pois ele faz nos sentirmos menores e da a sensação que tudo se repete
pois não temos uma saída, e com isso não mais aceitamos as pequenas coisas que
outrora nem sabíamos que podiam nos causar algum mal, pretendo deixar claro que
não comparo este desejo de reclusão com o ócio, pois em um vejo o dor e no
outro vejo o prazer.
Sabendo agora que a repetição com demasia se torna dor seguiremos
o outro caminho, agora, portanto andaremos em linha reta, mas o que ela tem a
nos apresentar? Será mesmo esse o caminho da felicidade? Quando me vem à cabeça
este pensamento de andar sempre em linha reta sempre imagino ciganos seguindo
sempre em frente sem criar o menor vinculo com o local e as pessoas que os
habitam, mas creio que não seja necessário este extremismo de não criarmos vínculos,
a final de contas estes nos tornam mais fortes. Quando imagino o “andar em
linha reta” creio que não precisamos ir tão longe para não sermos apanhados
pelas garras da repetição, devemos apenas nos manter em movimento, devemos fazer
nem que seja o mínimo possível para termos algo novo para olhar e nos guiar por cada dia,
pois querendo ou não o novo nos atrai, talvez a maior dificuldade deste caminho
seja abrirmos os olhos e os sentidos para sabermos quando estamos no circulo e
quando estamos em busca do novo.