Desejos insistentes em sonhos que não são mais meus
outrora o coração respirava sob o véu pulsante
mas meu ópio foi um adeus neste purgatório de amar
Grifado em meu sepulcro se encontra a palavra "acorde"
pois para a morte sou como sal aos demônios
meus demônios, inquilinos de minha sombra
adormecem na penumbra das próprias lágrimas
para que o dia de amanhã devore nossas almas lentamente
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
Sinto falta das tardes
Sinto falta das tardes,
Mas agora nas grades não vejo mais o sol
Oh, outro dia a paisagem me sorria
Mas agora nem uma estrela me guia
Não há luar ou farol
Não há fruto ou girassol
Há uma dor que me acompanha
Por dez horas nesta montanha
Fechada como um cofre
E assim me afasta do que é nobre
E me põe a sonhar
Quem me dera
Quem me dera ter a voz de meus escritos
A voz que sobreviverá junto aos meus entes queridos
Quem me dera ter a voz de meus escritos
E não tropeçar na sombra dos meus erros seguidos
Quem me dera ter a voz de meus escritos
E cantar aos deuses o que jamais foi dito
Oh, mas as palavras de quem não se revela
São feitas de aquarela
E guardam a real solidão
É um casulo de palavras
Que revelam nossas falhas
Para que um dia possamos inteiros nos revelar
A chuva não cessa
A chuva não cessa
E a fumaça do teu cigarro
Pelos meus dedos se expressa,
Um toque de tristeza
E outro trago de solidão
Mas minhas fantasias são palpáveis
E por entre as tuas viagens
Não quero acordar
E quando desperto
Tento ir mais pra perto,
Mas agora são teus sonhos que vêem a mim
Agora é você quem sonha
Flutua e se desdobra
Passa por entre todas as portas
Da o salto do mudo do leão
Navega por toda imensidão
E se põem em seu altar
E a cá fico eu prisioneiro do compasso
Dando volta em meus passos
Sempre pensando em você
Rouxinol da Alvorada
Rouxinol da Alvorada
O canto teu desperta o astro
Rugindo toma o espaço
E aos céus vem iluminar
Tuas asas são velozes
Mas diferente aos albatrozes
Não traz tormenta sobre o mar
E se a chaga lhe toca o peito
É o sinal que teus desejos
Estão prestes a se revelar
A sombra foge
Acordar sem vida é como ir dormir sem sono
É como a dor do abandono
É a sede quando não se tem alimento
E a água para quem morre de fome
A sombra foge a procura do novo
Pois hoje real é um punhado de dor
Inexistência, oh tu que é o desejo do porvir
Meteoros, bruxas e demônios sempre estão por vir
Bendita seja a morte que carrega a vida em tua foice
Basta!
Bendita seja a vida que nega a morte
Levantai, levantei
Pois a força está no piscar
Está na lágrima doce de cada desejo salubre
Levantai, levantai
Pois as mãos carregam o ar
E erguem aos céus tudo que é nobre
Assinar:
Postagens (Atom)