quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Diga

Diga-me se é pecado comparar todo amor ao teu,
Ou se sou eu este ridículo pecado

Este meu desejo está sempre a desejar
Que toda Madonna rasgue meu peito
E plante sobre meu leito
A loucura mais sóbria de meus olhos
Do mesmo modo que tens feito
Ao dar-me tuas costas pra beijar
Noite após noite...

Diga-me também
Se entre os dias haverá um dia
Que me desprenderei de teus beijos de abraço
Para enfim render-me ao colo de qualquer espaço...
Mesmo ele tão vazio quanto a lacuna de meu peito

Não quero a dor por clemência
De um anjo que desde a minha inocência
Tenta lança-me no abismo do delírio da pobre crença

Se há quem fleche o peito
Também há quem possa amar
Se há quem fleche o peito
Também há quem está flecha do meu peito possa tirar

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