segunda-feira, 16 de setembro de 2013

As cores

Nem Apolo poderia prever como “minhas lágrimas”
Iram desprender-se de meus olhos,
Por anos ficaram secos como o norte de meu país
E agora é um dilúvio a cada palpitar de meu seio

Minha mente se tornou inimiga de minha sobriedade
Tornou-se um labirinto de feras depressivas
Ora querem o ninho, ora procuram um osso,
Ora o seio da irmã trás a volúpia
Ora até mesmo a morte é um desgosto

A cada toque de tinta sobre o quadro branco
É uma pincelada a mais sobre o céu
Uma loucura em degrade, tanto de cores como de sentimentos.

Dança o azul com colar de perolas e anéis de amor e paz por todos os dedos, feliz como o mar refletindo a lua.
Esconde-se timidamente o preto sobre os cachos de tua mãe noite
Agora é o branco quem nos ofusca com sua luz no centro do caminho, mas lá no fundo se acha pobre de beleza e comum como teu irmão cinza
O amarelo trás a força da aurora e de teu pai o astro dos astros
O vermelho é um giz de cera e poder sobre o vago infinito
E neste carrossel nos pegamos novamente a dançar como o primeiro dos filhos

Pergunto-me se a fantasia é produto me meu cerne
Água e poeira, combinação ou cegueira?
Só sei que desta maravilha não quero nunca deixar de lembrar
Como eu haveria de amar se ampolas nunca precisassem virar...

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