domingo, 10 de setembro de 2017

Não importa

E agora não importa se a noite cai ou amanhece
Se a lua se encheu e o sol não mais me aquece
O vazio é um calendário de dias sem datas
É um amontoado de latas de sobriedade

O meu leito grita
Onde estas?
E o eco responde
Ficou para trás

Os pés sangram e recuam
Os olhos se dobram e simulam
Os braços flutuam
Pois o real é uma tristeza gratuita e gorfada

O meu leito grita
Onde estas?
E o eco responde
Não dormiras

Ascendo minha face com a brasa de meu cigarro
Deformo-me enquanto me alimento de escárnio
Pois não desperto deste sonho macabro,
Devo estar acordado

O meu leito grita
Onde estas?
E o eco responde
Morrerás

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